terça-feira, 18 de setembro de 2012

Estreesse infantil e a Síndrome do Pensamento Acelerado




Tenho três filhos em idade escolar e observo que as crianças têm perdido o hábito do brincar espontâneo, livre da intervenção dos adultos, meu filho de onze anos quando está em casa nos finais de semana, inúmeras vezes resmunga dizendo que não tem nada para fazer, creio que isto seja fruto de uma rotina acelerada que nós, adultos, impomos aos nossos pequenos.

Doutor Augusto Cury, psiquiatra e cientista da mente fala em seu livro Nunca desista de seus Sonhos- publicado pela editora Sextante - pág. 120, fala da SPA – Síndrome do Pensamento Acelerado – que tem por sintomas mente agitada, sofrimento por antecipação, sobrecarga do córtex cerebral, fadiga excessiva, déficit de concentração, esquecimento, irritabilidade, dificuldade de contemplar o belo nos pequenos estímulos da rotina, sintomas psicossomáticos, etc.

Segundo o doutor Augusto Cury , os reflexos dessa síndrome em sala de aula são crianças e jovens que não conseguem se concentrar, tem conversas paralelas e tumultuam o ambiente. Tais comportamentos não ocorrem apenas por indisciplina, mas principalmente como tentativa de aliviar a ansiedade decorrente desta síndrome.

Segundo o médico, a SPA é decorrente do aumento exagerado da construção de pensamentos gerado pelo excesso de informações (a cada cinco anos dobra o conhecimento, enquanto que no passado dobrava a cada duzentos anos), do excesso de estímulo da TV e outros meios, da paranóia do consumismo, das pressões sociais, da competição excessiva.

Diante disto, concluo que, nós adultos, pais e professores temos uma grande responsabilidade neste quadro crítico de estresse nas crianças, posto que as sobrecarregamos de atividades e informações, e não as ensinamos a ter tempo para amar, sonhar, contemplar e extrair prazer nas coisas simples, como tomar banho de mangueira num dia quente, observar a marcha das formigas no quintal, ouvir o canto dos pássaros, observar esculturas nas nuvens, admirar o sol indo dormir atrás das montanhas, contar as estrelas no céu; talvez porque nós mesmos, assoberbados por esta sociedade capitalista, não saibamos mais fazer tais coisas.

Um grande abraço cheio de esperança de que nós pais e professores juntamente com nossas crianças reaprendamos a ter prazer nas coisas simples que a vida nos oferece, para que nossos lares e escolas sejam ambientes prazerosos e atraentes, livres dos transtornos causados pelo estreesse.

Juliana Bechelli





Fontes de Pesquisa:
Nunca desista de seus sonhos, Editora Sextante 2004 - Cury, Augusto Jorge
http://impressoesamazonicas.files.wordpress.com/2010/04/10-02-442.jpg
https://encrypted-tbn0.google.com/images?q=tbn:ANd9GcRfL2SNlkOukZQpYrtFOop9NQ2fff8f5WGnBoctrOjtS-7_U1qshg
https://encrypted-tbn3.google.com/images?q=tbn:ANd9GcQ0971mKxgZyuvBDcFNSOYv4ANIbIJSgcyxvyOf391zFpgRcUZyamREcQufAg


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Fechamento do BLOG


Pelo Blog e o Fórum, compartilhamos e discutimos nossas pesquisas que a princípio, parecia simples mas que, ao desenvolver do trabalho, abria-se um leque de argumentações, a serem discutidas o que tornava o trabalho cada vez mas interessante.
Fechamento


Após lermos todas as postagens, concluímos que o estresse está relacionado ao dia a dia das crianças. Hoje em dia as crianças não tem mais tempo para serem crianças, são tantos compromissos, atividades e cobranças por parte dos pais, que isso acaba gerando o estresse infantil. Toda essa carga que as crianças carregam se reflete no seu comportamento na escola, onde se tornam crianças agressivas, irritadiças . O maior problema está na aprendizagem, pois com tantas cobranças o que era para ser prazeroso, se torna uma tortura. Acredito que a parceria escola/família ainda é a chave pra que esses problemas possam ser amenizados.

Quanto a isso foi possível compreender através dessa rica experiência que o estresse é inevitável, ou seja, todos nós somos suscetíveis ao estresse. Sendo assim, o que mais importa é saber como lhe dar com ele de maneira positiva (relaxando, vivendo menos acelerado e construindo um tempo para si e para família, incluindo um tempo de lazer e descanso...) e como fazer para minimizar os seus efeitos em nós e nos estudantes ( evitando muitas cobranças, respeitando os nossos limites e os limites das crianças assim como os ritmos de aprendizagem e de crescimento das mesmas como também saber escutar mais as crianças para poder entendê-las mais …). Sendo assim, o primeiro passo é conhecer as causas do estresse ( mudanças de cidade e escola, separação de pais, dificuldades de adaptação social, rotina acelerada...) e os sintomas (agressividade, ansiedade,distúrbio no sono e da aprendizagem, problemas digestivos...) para que enfim possamos criar possíveis estratégias para lhe dar com o estresse (praticar exercícios físicos, descansar mais, ouvir e dar mais atenção aos interesses e necessidades dos nossos filhos e educandos, valorizar e construir um momento de lazer para si e com a família...). Enfim o importante é termos a consciência que podemos e devemos tentar agir de forma favorável frente ao estresse, contribuindo assim com o bem estar e a saúde de todos, inclusive o nosso.

Nesse contexto compreendemos que as escolas precisam construir pontes entre as instituições e sociedade, e não “muros” porque nos tempos de hoje, precisamos mas do que nunca compreender a realidade dos alunos para encaminhá-los ao caminho certo do conhecimento. Nesse contexto o professor é uma figura estratégica, pois ele é o regulador das relações entre os alunos e é o que, teoricamente, tem maior contato com cada criança. Essa proximidade o gabarita a identificar, mais facilmente, os desvios de comportamento de alguns alunos, bem como as possíveis consequências que essas anormalidades podem causar no processo de ensino-aprendizagem. Por isso é importante que os docentes se reconheçam como agentes transformadores e influenciadores do futuro de cada educando, e com isso busquem se atualizar periodicamente para obter mais ferramentas teóricas para não só identificar, mas também ajudar no tratamento dos males que acometem os alunos na sua prática educacional.  


 Olá  Diego, Deise, Elaine Santos, Gisele, Glaucia e Juliana. Meu grupo tão querido de “Pensadores”. “Adorei ter participado desse grupo Estresse Infantil que só aumentou  meu aprendizado quanto ao tema e quanto a importância do trabalho em equipe para a realização de um projeto. (Luciana Aparecida)


domingo, 9 de setembro de 2012

Brigas familiares contibuem para o estresse infantil

Tão comum em adultos, o estresse também pode atingir as crianças. O estresse é uma arma do corpo que surge em qualquer tipo de ambiente ou situação hostil e, portanto, não tem idade para se manifestar. A melhor maneira é preveni-lo desde cedo, para que o problema não fique ainda mais grave. Se o estresse no adulto tem a fonte nas relações de trabalho, no excesso de tarefas ou nas dificuldades familiares, na criança a origem da doença não é tão diferente, e concentra-se muitas vezes no ambiente escolar e familiar.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012


Entrevist Susan Andrews estresse

ENTREVISTA COM SUSAN ANDREWS
“O estresse faz bem”
Ele aumenta a produtividade e fortalece o sistema imunológico, diz a biopsicóloga americana. O que torna as pessoas doentes é enfrentá-lo de modo errado
RENATA LEAL
Se o estresse é inevitável, relaxe e aproveite. Esse poderia ser o mantra da biopsicóloga Susan Andrews, uma das maiores especialistas em estresse no Brasil. Susan não conhece o assunto apenas em teoria. Embora viva numa comunidade auto-sustentável que ela própria fundou em Porangaba, no interior paulista, sua vida está longe de ser uma moleza. Além de coordenar as atividades da ecovila, onde vivem 18 moradores e trabalham 40 funcionários, ela dá 200 cursos e palestras por ano. Susan, que se mudou para o Brasil às vésperas da Eco 92,  transmitiu seus ensinamentos a executivos de empresas como Petrobrás, BNDES, Natura e 3M. Psicóloga e antropóloga pela Universidade Harvard, ela desenvolveu uma série de técnicas para aliviar a tensão e controlar os efeitos dos hormônios produzidos durante situações de desgaste psicológico, prejudiciais ao organismo. Ela costuma dizer que, para ser submetido ao estresse, basta estar vivo. Mas, ao contrário do que prega o senso comum, ele pode aumentar a produtividade e reforçar o sistema imune.

ÉPOCA - Como se pode evitar o estresse?
Susan Andrews - Não podemos e não devemos evitá-lo. Segundo os especialistas, ausência de estresse é morte. Cientistas na França fizeram experimentos com lagartas de borboletas, retirando cuidadosamente as camadas externas de seus casulos para ver se aceleravam o tempo até a borboleta emergir. Não só as borboletas não saíam mais rapidamente, como elas jamais saíam. Morriam todas! Eles se deram conta de que lutar para sair do casulo estimulava a secreção de certas enzimas no corpo da lagarta para finalmente torná-la uma borboleta. Sabe-se também que estudantes cujo organismo secreta mais adrenalina durante as provas obtêm melhores notas. Mas existe estresse bom e estresse ruim. O que se busca é o bom.

ÉPOCA - Como se pode transformar o estresse em algo favorável?
Susan - Segundo a neurociência, nossos estados emocionais são acompanhados por reações das moléculas de emoção: os neurotransmissores e os hormônios. Em cada célula do corpo há inúmeros receptores para essas substâncias. Numa situação de curto prazo, a adrenalina mobiliza a reação de lutar ou fugir. Ela gera uma disposição proativa, ajuda a mente a ganhar foco e reforça o sistema imune. O estresse se torna ruim quando é de longo prazo e sem pausa para recuperação. Ou quando a pessoa reage de forma hostil às situações. Nos dois casos, a adrenalina não é suficiente, e o corpo precisa secretar cortisol. Em excesso, ele é um veneno para o organismo. Enfraquece o sistema imune e causa a morte de células cerebrais. Está diretamente ligado à violência. Num estado de raiva, o corpo libera 40 vezes mais cortisol que o normal. Quem vive com altos níveis de cortisol tem cinco vezes mais chances de morrer precocemente.

ÉPOCA - É preciso ser uma pessoa zen para não reagir as emoções negativas?
Susan - Precisamos treinar para não alimentar essas emoções. O problema não é a causa do estresse - colegas de trabalho antipáticos, problemas em casa, falta de dinheiro -, mas a nossa reação a ela. Simplesmente recordar durante cinco minutos uma situação de raiva ou hostilidade pode causar a secreção excessiva de cortisol. Isso baixa o nosso sistema imune por seis horas.

ÉPOCA - E o que fazer para baixar as taxas de cortisol?
Susan - Há técnicas naturais que ajudam a manter as supra-renais sob controle, recondicionando-as para que não secretem esse hormônio em excesso.

ÉPOCA - O que é biopsicologia?
Susan - É um termo usado para identificar a medicina corpo-mente. Ela se baseia na idéia de que cada estado mental mobiliza uma enxurrada de moléculas de emoção. Por exemplo: para a raiva, o excesso de cortisol; para o amor, a ocitocina. Fazer terapia, apenas discutindo os problemas, muitas vezes não gera os resultados esperados, pois nosso corpo continua em pandemônio. Por isso, é importante trabalhar também o organismo. A idéia é nos tornarmos auto-suficientes, gerindo nossa própria saúde.

ÉPOCA- A mente é capaz de curar os males do corpo?
Susan - Claro! Foi feita uma pesquisa com 650 oncologistas no mundo todo, analisando quais eram os fatores-chave nos casos milagrosos de remissão de câncer. Desses médicos, 95% disseram que foi uma mudança de atitude para um estado de muita fé, determinação e otimismo em relação à cura. Quanto mais esperança, maior a chance de cura.

ÉPOCA - Além de ao estresse, o cortisol está relacionado a outros problemas?
Susan - Estudos recentes mostram que quase todas as pessoas deprimidas têm excesso de cortisol. Por isso, ensinamos técnicas práticas de biopsicologia para baixar o nível de cortisol de forma natural.

ÉPOCA - As pessoas mais espiritualizadas vivem melhor?
Susan - Quem acredita na unidade de toda a criação, que no fundo somos todos um, é mais feliz, mais saudável.

Entrevista da Revista Época, edição 404 - 13/02/06, com a psicóloga e antropóloga Susan Andrews, formada na Universidade de Harvard